A vereadora Léia Klébia (Podemos) apresentou em plenário, matéria que institui, no Município de Goiânia, a Política Municipal de Promoção da Convivência Familiar Saudável e do Uso Consciente de Telas por Crianças e Adolescentes.
Segundo a parlamentar, o objetivo é fortalecer vínculos familiares, prevenir impactos negativos do uso excessivo de dispositivos eletrônicos e promover o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes.
O projeto tem como diretrizes:
I – Promoção da interação familiar e comunitária como fator de proteção ao desenvolvimento infantojuvenil;
II – Conscientização da população sobre os riscos do uso excessivo de telas, especialmente por crianças;
III – Estímulo à mediação parental e ao uso saudável das tecnologias digitais no ambiente familiar e escolar;
IV – Participação da comunidade, escolas e unidades de saúde na articulação de ações educativas e preventivas.
Leia Klébia propõe que a Política Municipal de Promoção da Convivência Familiar Saudável e do Uso Consciente de Telas por Crianças e Adolescentes seja implementada por meio de campanhas de conscientização e orientação promovidas em escolas, postos de saúde, CRAS e unidades da rede pública municipal além de atividades de sensibilização junto aos pais e responsáveis, com apoio da Secretaria Municipal de Educação e Secretaria Municipal de Saúde.
Outro ponto, seria a inclusão de temas sobre saúde digital, vínculos familiares e uso consciente da tecnologia nos projetos pedagógicos das escolas municipais; a criação de materiais informativos impressos e digitais, com linguagem acessível, distribuídos à população e parcerias com instituições de ensino superior, conselhos tutelares, ONGs e empresas de tecnologia para apoio técnico e campanhas locais.
“Nos dias atuais, é inegável que a tecnologia digital se tornou uma ferramenta indispensável em nossas vidas, mas seu uso excessivo e sem a devida mediação pode acarretar sérias consequências para o desenvolvimento social, emocional e cognitivo das crianças”, afirmou a parlamentar.
A vereadora citou pesquisas recentes, como a realizada pela JAMA Pediatrics, que demonstram que, a cada minuto adicional de exposição a telas, há uma redução significativa no número de palavras faladas pelos pais e nas vocalizações das crianças. Esse distanciamento verbal impacta diretamente no desenvolvimento das habilidades linguísticas, emocionais e sociais das crianças, fundamentais para sua formação integral. Além disso, dados da pesquisa TIC Kids Online Brasil 2024 revelam que 93% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos têm acesso à internet, sendo 98% por meio de dispositivos móveis próprios, e que 16% deles afirmam já ter se sentido mal por não estarem conectados.
“Neste cenário, o papel da família se torna ainda mais importante. No entanto, muitos pais e responsáveis enfrentam dificuldades para mediar o uso de dispositivos eletrônicos pelos filhos, especialmente devido à falta de orientação sobre práticas seguras e equilibradas”, justificou a vereadora citando pesquisa TIC Kids Online Brasil 2024 que revelou que mais de 60% dos pais monitoram o uso do celular dos filhos, mas essa prática diminui significativamente à medida que as crianças crescem, especialmente entre adolescentes de 15 a 17 anos, quando a supervisão parental se torna mais difícil.